Enquanto os instrutores examinam suas aulas, recebemos várias mensagens verbais e não verbais de nossos alunos. Alguns alunos enviam a mensagem de que o material do curso os estimula, enquanto outros indicam que estão desinteressados, confusos, curiosos ou entediados. Na verdade, todo aluno da sala de aula está enviando uma mensagem, quer pretenda enviá-la ou não. Mas o instrutor pode facilmente interpretar mal essa comunicação. O aluno que parece interessado pode, na verdade, estar fingindo para fazer com que o instrutor goste dele.
Essa situação ilustra dois aspectos principais da comunicação:
- É impossível não se comunicar
- A comunicação perfeita é impossível
É impossível não se comunicar. Estamos constantemente enviando “mensagens” para as pessoas ao nosso redor. Essas mensagens podem ser intencionais ou não intencionais. Nosso estilo de cabelo, o carro que dirigimos, expressões faciais involuntárias e até mesmo ações como chegar atrasado a uma reunião são exemplos de mensagens de comunicação. Em uma aula presencial, eu pedia a um aluno que se levantasse na frente da classe e tentasse não se comunicar com a turma. Depois de cerca de 5 segundos, eu perguntaria à classe se eles receberam alguma mensagem. Em seguida, eu ouvia respostas como: “Ele estava nervoso” ou “Ele estava tentando nos ignorar”. O aluno não pôde deixar de enviar uma mensagem intencional ou não.
A comunicação perfeita é impossível. Quanto mais significativas forem as diferenças entre os comunicadores, maior será o potencial de falhas de comunicação. Essa diferença pode ser qualquer coisa, desde a idade, o gênero, a cultura, a educação, a religião e muito mais. Quando minha esposa e eu começamos a namorar há muitos anos, tivemos muitas diferenças de experiências. Agora que estamos juntos há mais de 40 anos e tivemos muitas experiências em comum, nossa comunicação é mais eficaz. Podemos terminar as frases um do outro. Nós nos entendemos muito melhor, mas nossa comunicação ainda não é perfeita.
Portanto, lembre-se de que a comunicação perfeita é impossível. Richard Workman escreve em seu livro, Information Anxiety (Wurman, 2000),
“Estamos limitados por uma linguagem em que as palavras podem significar uma coisa para uma pessoa e muito mais para outra. Não existe uma maneira correta ordenada de se comunicar. Pelo menos no sentido absoluto, é impossível compartilhar nossos pensamentos com outra pessoa, pois eles não serão entendidos exatamente da mesma maneira”. 1
O especialista em comunicação Joseph DeVito explica ainda mais esse desafio de comunicação, quando afirma:
“A comunicação ocorre quando uma pessoa (ou mais) envia e recebe mensagens distorcidas pelo ruído, ocorrem dentro de um contexto, têm algum efeito e oferecem alguma oportunidade de feedback.” 2 (DeVito, 2018)
Referência
- Wurman, Richard Saul. Ansiedade de informação. Indianápolis: Prentice Hall, 2000
- DeVito, Joseph. Comunicação humana: o curso básico. Pearson, 2018