2.3: Como o cérebro processa informações para tomar decisões - Sistemas reflexivos e reativos
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Objetivos de
- Entenda os dois sistemas de tomada de decisão no cérebro
O cérebro humano processa as informações para a tomada de decisões usando uma das duas vias: um sistema reflexivo e um sistema reativo (ou reflexivo). 2,3 O sistema reflexivo é lógico, analítico, deliberado e metódico, enquanto o sistema reativo é rápido, impulsivo e intuitivo, contando com emoções ou hábitos para fornecer pistas sobre o que fazer a seguir. Pesquisas em neuropsicologia sugerem que o cérebro só pode usar um sistema por vez para processar informações [Darlow & Sloman] e que os dois sistemas são direcionados por diferentes partes do cérebro. O córtex pré-frontal está mais envolvido no sistema reflexivo, e os gânglios basais e a amígdala (partes mais primitivas do cérebro, do ponto de vista evolutivo) estão mais envolvidos no sistema reativo. 4
Tomada de decisão reativa
Nós tendemos a supor que a rota lógica e analítica leva a decisões superiores, mas se isso é preciso depende da situação. A rota rápida e intuitiva pode salvar vidas; quando, de repente, sentimos um medo intenso, surge uma resposta de luta ou fuga que leva a uma ação imediata sem pesar metodicamente todas as opções possíveis e suas consequências. Além disso, gerentes experientes geralmente podem tomar decisões muito rapidamente porque a experiência ou o conhecimento lhes ensinaram o que fazer em uma determinada situação. Esses gerentes podem não ser capazes de explicar a lógica por trás de sua decisão e, em vez disso, dirão que simplesmente seguiram seu “instinto” ou fizeram o que “acharam” certo. Como o gerente enfrentou uma situação semelhante no passado e descobriu como lidar com ela, o cérebro muda imediatamente para o sistema de tomada de decisão rápido e intuitivo. 5
Tomada de decisão reflexiva
No entanto, o caminho rápido nem sempre é o melhor caminho para tomar decisões. Quando confrontado com situações novas e complexas, é melhor processar as informações disponíveis de forma lógica, analítica e metódica. Como gerente, você precisa pensar se uma situação exige não uma reação rápida e “instintiva”, mas uma reflexão séria antes de tomar uma decisão. É especialmente importante prestar atenção às suas emoções, porque emoções fortes podem dificultar o processamento racional das informações. Gerentes bem-sucedidos reconhecem os efeitos das emoções e sabem que devem esperar e lidar com uma situação volátil depois que suas emoções se acalmarem. Emoções intensas, sejam elas positivas ou negativas, tendem a nos levar à rota rápida e reativa da tomada de decisões. Você já fez uma grande compra “por impulso” com a qual estava entusiasmado, só para se arrepender mais tarde? Isso mostra o poder que nossas emoções exercem em nossa tomada de decisão. As grandes decisões geralmente não devem ser tomadas impulsivamente, mas de forma reflexiva.
O papel das emoções
Estar ciente do papel que as emoções desempenham na tomada de decisões não significa que devemos ignorá-las. As emoções podem servir como sinais poderosos sobre o que devemos fazer, especialmente em situações com implicações éticas. Você pode ler mais sobre esse tipo específico de tomada de decisão na caixa Ética na Prática, mais adiante neste capítulo. Pensar em como nos sentimos sobre as opções possíveis e por que nos sentimos assim pode melhorar muito nossa tomada de decisão. 6 A tomada de decisão eficaz, então, depende tanto da lógica quanto das emoções. Por esse motivo, o conceito de inteligência emocional se popularizou como uma característica de gerentes eficazes. Inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, compreender, prestar atenção e gerenciar as próprias emoções e as emoções dos outros. Envolve autoconsciência e autorregulação — essencialmente, é uma alternância entre emoções e lógica para que analisemos e compreendamos nossas próprias emoções e, em seguida, exerçamos o controle necessário para gerenciá-las conforme apropriado à situação. A inteligência emocional também envolve empatia — a capacidade de entender as emoções de outras pessoas (e o interesse em fazer isso). Finalmente, a inteligência emocional envolve habilidades sociais para gerenciar os aspectos emocionais dos relacionamentos com outras pessoas. Os gerentes que estão cientes de suas próprias emoções podem pensar sobre o que elas significam em uma determinada situação e usar essas informações para orientar sua tomada de decisão. Os gerentes que estão cientes das emoções dos outros também podem utilizar essas informações para ajudar os grupos a funcionarem de forma mais eficaz e a se engajarem em uma melhor tomada de decisão em grupo. Embora a inteligência emocional pareça ser fácil para algumas pessoas, é algo que podemos desenvolver e melhorar com a prática. Um modelo de inteligência emocional é apresentado na Figura 2.2.

Verificação de conceito
- Explique os dois sistemas usados pelo cérebro na tomada de decisões.
- O que é inteligência emocional e por que ela é importante para a tomada de decisões?
Referências
2. Peter A. Facione e Noreen C. Facione. 2007. Pensamento e raciocínio na tomada de decisão humana: o método de argumentação e análise heurística, Millbrae, CA: The California Academic Press.
3. Matthew D. Lieberman. 2003. “Processos de julgamento reflexivo e reflexivo: uma abordagem da neurociência social cognitiva.” Em (Eds.) Joseph P. Forgas, Kipling D. Williams e William von Hippel: Julgamentos sociais: processos implícitos e explícitos, 44-67. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press.
4. Adam L. Darlow e Steven A. Sloman. 2010. “Dois sistemas de raciocínio: arquitetura e relação com a emoção”, WiRE Cognitive Science, 1:382-392.
5. Malcolm Gladwell. 2005. Blink: O poder de pensar sem pensar. Nova York: Back Bay Books.
6. Jennifer M. George, 2000. “Emoções e liderança: o papel da inteligência emocional”. Relações Humanas, 53, 1027-1055